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quarta-feira, 10 de junho de 2015

HAJA FIBRA - minha luta para ter banda larga em casa (PARTE 3)

Cof, cof, cof... tá uma poeira danada aqui no blog, né? Pois é. tá mais fácil fazer textão no face que artigo pra blog hoje em dia. Mesmo assim, registro aqui o 3º capítulo da minha série sobre banda larga e paciência curta!

Como dito antes, alguns moradores da vila têm internet sem fio e sem franquia através da modalidade rádio. Como funciona? Simples: uma sede de pessoa jurídica é escolhida para receber um ponto de fibra ultradedicado que será conectado a uma antena emissora com cobertura para uma área de vários bairros, algo próximo da noção de distrito. Este sinal é distribuído a clientes residenciais finais que, ao aderirem ao pacote de distribuição de dados, recebem a instalação de uma antena receptora amplificada para garantir o acesso à velocidade oferecida.

Na região oeste da RMSP, a empresa mais conhecida no ramo é a Nobreak NET. Se acessarem o site, verão que eles nem sequer inserem no site informações sobre os planos oferecidos, mas o plano mais comum, assinado por conhecidos da região, é o de 5 mega de velocidade por 80,00. Relativamente vantajoso em comparação com o plano de 4 mega pra net cabeada da Vivo.



Bom, vamos fazer as contas pra chegar a uma estrutura básica hipotética do sistema de receita e despesa de uma empresa como esta:

A principal despesa será a contratação do ponto de fibra. O mais potente dos planos residenciais é de 229,90 por mês:


Porém, podem ser contratados planos empresariais ou coletivos de até 1 giga por cerca de 600,00 por mês.Vamos considerar este valor então. Mas se o objetivo é a cobertura de um bairro grande e cada ponto pode atender até 200 moradias, vamos considerar que 3 pontos de 1 giga seriam suficientes para um distrito, ou seja, 1800,00 de banda "por atacado" caso não haja uma promoção fechando por menos. Logo após, devem ser pagas as despesas do imóvel da empresa, como água, luz e aluguel. podemos perfazer aí uns 1000,00 por mês de aluguel mais 500,00 de água e luz. Com mais 400,00 / mês se pagam as despesas de um carrinho popular para transporte dos funcionários.

Uma empresa desta precisaria de pelo menos 3 funcionários: 2 instaladores e mantenedores de pontos residenciais e 1 pessoa para controlar os cadastros de clientes e receber/fazer pagamentos. Cada funcionário poderia receber em média 2000,00. Duplica-se o valor para pagamento de impostos e encargos trabalhistas e somam-se 12000,00 de gastos, mas isso SE a empresa contratar seus funcionários legalmente ao invés do sistema "pejotinha", onde só se paga o dinheiro vivo e o trabalhador se vira pra criar uma MEI e arcar com sua própria previdência. Portanto, 2500,00 por cabeça e sem mais pq é "bico" mesmo. Não contarei aqui os impostos municipais e estaduais, pagos anualmente ou uma única vez.

Hora das contas:

Despesas mensais: 1800+1000+500+400+7500 =  R$ 11.200,00 / mês
Receita mensal básica: 200*80*3 = R$ 48.000,00 / mês
Saldo: R$ 36.800,00 de pro labore para o dono do negócio

Caralho! Por que que eu tô perdendo tempo aqui nesse blog? Bom, porque eu geralmente termino o que começo. Mas acho que já vou tentar achar um bairro carente qualquer onde a Vivo não chega (ou "diz" que não chega) pra tentar este plano "pequenas antenas, grandes negócios".

Na minha vila, descobri que o ponto de fibra está em uma lan house à 500 metros de minha casa! Então até lá chega fibra, mas na minha casa NÃO CHEGA ADSL, né? Isso porque geralmente quem abre este tipo de negócio são justamente as pessoas que antes trabalhavam para a Vivo, ou seja, técnicos e analistas de telecomunicações e TI que podem ter sido demitidos ou montaram seus planos de negócio quando ainda trabalhavam para a empresa.

Ou seja: existe um conluio entre a Vivo e estas microempresas de varejo de internet wi-fi. Mas porque a Vivo:

1 - não disponibiliza estas informações quando a consulta por CEP de disponibilidade de ADSL/Speedy indicar um local que só pode ser (ou a "micromáfia" quer que seja) atendido pela modalidade rádio via terceirizada (algo do tipo "Sua localidade é atendida por outras modalidades de internet além de ADSL oferecida pelas empresas X, Y e Z. Clique aqui para saber mais" PELO MENOS PRA DEIXAR A COISA MAIS BONITINHA)?

2 - insiste em, na consulta por CEP acima, disponibilizar planos de 1 a 4 mega para locais que, na realidade, não são atendidos por esta modalidade, o que só é descoberto quando é feito o contato telefônico por parte do cliente ou do operador da empresa?

Coisas que membros de oligopólios nunca costumam responder (e tendem a perseguir quem pergunta), como se comprova na página da Nobreak NET no Reclame Aqui:


E então, continuar insistindo com a Vivo, ceder à oferta capivara da Nobreak NET ou mandar todo mundo à merda e se mudar logo deste fim-de-mundo? Qual será a decisão a ser tomada na quarta e última parte desta série? Fiquem ligados, assinem o blog e não percam o final surpreendente desta série!

Em tempo: passei o feriado de Corpus Christi na pequena vila de pescadores de Picinguaba, na divisa litoral de SP e RJ, um pingo encravado em uma enorme área conservada de Mata Atlântica. Visitei uma pousada a 500 metros de uma área conhecida por abrigar residências de veraneio de alguns políticos famosos. O local contava com fibra de 200 MB da Vivo.

R E F L I T Ã O ! ! !





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